11.10.05

Nilde Mal do Século.




Eis que surge, como a fé nos desesperados, a crise de identidade.
Seria a Nilde Mal-do-século?
Piegas?

Longe de ser Sindrome Alvares de Azevedo. Ela quer é torcer o rabo da porca.
Parando um pouco com a maquilagem textual...
Ela precisa dos agudos. Do grito. De socorro.


Ela está no topo.



Preste atenção querida.Em cada amor tu herdarás só o cinismo. Quando notares estás à beira do abismo. Abismo que cavastes com teus pés..

10.10.05

Quero.




Quero que me escorra. Que me sangre. Que me goze.
Quero a tristeza que balança. A explicação.
Não quero publicações. Colunas. Teses.
Sentimentos expostos em papéis, pronomes mal colocados.
Quero arrebentar o epitélio. Quero o sumo.
Quero que me condene. Me culpe. Faça acontecer.
Quero a mais pura das orações. A verdade.
Pra chatear, a imbecil.
Quero é ignorância, se for essa quem me repele do censo comum.
Nada óbvio. Nada comum.
Quero a verdade dolorida. A do abismo.
Que me belisque. Que me acorde.
Depois do meu tempo. A sete palmos.
Quero apalpar a mascara dos atores. Sem locuções ou maquiagens.
Quero tapar a cicatriz da ferida, ainda nociva.
Quero a demissão dos "mas".
Aonde?

9.10.05

O roer de coccix's e pescoços ...




Todas as temíveis duvidas mostrando-se tão aparentes...
Criaram corpo e vida nos seus pensamentos tão bem ocultados.
Era uma vez?! Ou seria dessa?!
A ânsia pela resposta, a consumiu num calafrio, roendo o cóccix, migrando ao pescoço.
Quantos "nódulos" fazem um sim?!
-Três.
Um pulo.
Uma cabeça atirada no criado "mudo".
Mais um dia nascia em cores na parede da história, de Nilde.

" os nossos sonhos revelam os mais profundos desejos, ou verdades..."

Taximetro





O seu taxímetro zerou.
Esgotaram-se as rodadas.
Nem bandeira um. Nem Bandeira dois.
A meio mastro.
Sem combustivel algum. Sem sequer um gota.
Barris e barris consumiram-se
Ela olhou, registrou, e se cobrou cada milimetro rodado.
Anos guiando, embora desgovernada, a sua vida,
Ela levou o último ponto na carteira.
A gota D'agua, que entupiu o reservatório
De emoções.
Foi quando Ela chutou o passageiro Do seu veículo, a vida.
E sem geladeira em casa, ele se foi.

E ela?!

Foi-se. Devagar, a direção é mais importante que a velocidade...

A Cura





"...A efermidade pode ser diagnosticada rapidamente. O doente apresenta unhas roídas, crises de enxaqueca, mudança de humor continua, insegurança, princípio de depressão, stresses acumulados, olhos inxados, olheiras profundas, a balança aponta um índice de gordura localizada altíssimo, as nádegas mais parecem plateominteos, os dendritos, axônios e corpos celulares anunciam sinais de desgaste, os cones e bastonetes se encontram fora da área de serviço e os tímpanos já não mais respondem....
Basta a extrema exposição ao ambiente contaminado por estes indivíduos e suas provas mensais, que o estudante contamina-se.
A partir da contaminação, a doença se alastra e perdura até o tão esperado dia da cura.
O listão de aprovados.

E cá estamos nós, em busca da cura... c
om a corda toda, no pescoço.

Afinal, já dizia o mestre Vinícius: “a vida só se dá para quem se deu, quem amou, quem chorou, quem sofreu...”.


_trecho do monólogo de formatura 2005_

Tampa/ Panela




Meio Mulher. Meio Moleque.
Meio torta. Meio gente.

Meio criança. Meio Feliz.
Meio intensa. Meio Dura. Meio Fraca.
Meio Besta. Meio Gente.

Meio Achada. Meio à procura.
Meio anônima. Meio termo.
Meio gente.

Meio Lobo. Meio cordeiro.
Meio dia. Meia Noite.
Meio gente

Meio Nilde.

Candidatura




Cargas In
Voluntárias
Que emergem meio esse espectro,
De fúteis-idades.

Mundos que transladam em umbigos.
Cruel-idade mascarada nas rígidas armaduras transformadas em cores dançantes,
uniformes de guerra.
Risos Frouxos.
Alegria-Alegria.
Força-da por uma legião de azulejos azuis. Frios. Mortos.
Que queimam nas vaidades.

Eis que brota um assobio no escuro por meio de negros, nulos, fundos olhos embebidos de um acidentado caminho de vales, depressões, topadas. Cacos de vidro.
Carapuças que caem livres. Queda livre. Princípios. Pudores anulados.
Apertar a válvula de escape. Engolir a seco o silêncio áspero dos momentos mudos.
Escapar discreta da medíocre-idade pela porta dos fundos. Descarga.

Esperança desconhece o vocabulário.
Breves minutos na ânsia por um sim. Integral de quantos nãos se ganha um sim.
E piruetas arranham o âmago.
Soluços engatam traquéias.
Pílulas que não neutralizam cicatrizes. Corpo- celular marcado. Axônios. Dendritos.
Quem roubou a bula?
Em meio do universo de aparência, consumiu-se. Foi consumida.

Queima do manual, De candidato.

Seleção




Ela era só mais uma folha branca. Anulada. Perdida. Pálida.
Em meio aquele universo medíocre chamado seleção.
Tal como aquelas crianças anuladas diante da vista dos piores dos cegos, políticos.
Ventilador de teto ameaçava rasgar a qualquer momento sua jugular.
Os olhos e a coinsciência pesavam. Contava as horas, nas suas demoras. Perda de tempo.

Computada mais uma topada, ela não passou do chão.

Conto de Fadas


... o principe virou um sapo, verde como akele par ocular, e anda coachando por
entre os axônios dela.



Enquanto ela se despia, ele arrancava fantasias. De cordeiro.
Seus poros exalavam esperança. Os dele, veneno.
Ela procurava alguém pra se encontrar, e ele, pra se perder.
Só a resta parabeniza-lo, pela sua convincente atuação.

Num paradoxo, ela parece cria de uma parceria incomum. Vinicius de Moraes e Latino. Loucura!? Também.
Ela não é criativa, incapaz, cá entre nós.
Vinicius garante que todo grande amor, só é bem grande se for triste.
Latino diz que quem planta sacanagem colhe solidão.
Isso soa familiar nos ouvidos da minha então protagonista.
Traduzem cada topada do caminho da minha querida Nilde.

Saldo do dia, 3 estrelinhas douradas para a até então minha perita no assunto.
Próximo episódio, Nilde dá a cara à tapa.

Não quero seu sorriso quero sua boca no meu rosto
sorrindo pra mim não quero seus olhares quero seus cílios nos meus olhos
piscando pra mim...

Oral-B




Aqueles inatingíveis olhos verdes, como num soluço, engataram sua traquéia.
Cansados. Cheios. Fundos.
Transbordavam.
Sim, ele também toma pílulas do sono. Prosac.
Fusão de bulas?!
Ele queria um refúgio para o seu estado psico-depressivo-agudo.
E ela?!
Ah...
Ela queria uma Oral-B fluorescente próxima ao ralo.

Final feliz?!
Overdose, a nova novela global...

Feriado de si mesma


Universitária.
Dezoito anos de páginas viradas, de invernos, carnavais.
Pai. Mãe. Irmão. Noivo. Contas pagas em dia.
Protagonista de um romance que caminhara rumo ao altar. Uma
janela.

Uma vida perdida nas náuseas do mundo.



Ela acordou com o frenar de automóveis que reverberava quarto a dentro. Invadindo ouvidos. Sonhos. Era dia de tirar feriado de si mesma. Subiu ao parapeito da janela. Do alto os carros riscavam sua retina. E no céu, o sol, a chuva. No emaranhar de maquinarias ambulantes, inalava fumaça. Pessoas passavam. O vai e vem de uma gente, que assim como ela, não sabia onde iria. Fluxo. Refluxo.
Daquela janela, por dezoito anos ela viu o sol, assim como a sua vida, se pôr em cores.
Fumaça.
As pessoas, diariamente, filtravam-se pela sua janela, formando desenhos no tapete oriental. Doze andares. Quarenta metros.
Mais uma vida lançada vida a fora. Ela jazia em queda livre.
De costas, covarde em busca do descanço, amor eterno.
Desprendendo-se de todos os temores.

Cravando com as próprias mãos uma interrogação na sua história...

Sinopse




Depilação duas vezes ao mês, muito menos.
Talvez tenha sido na dor do parto que ela adquiriu tamanha força.
Dor que ainda sacia suas fomes nesse espectro.

Meio atriz. Meio poetisa. Meio Anômima. Meio termo
Sem qualquer marco na história. Sem aclamação pública.
Sem estátua na praça central.
Ela segue o destino que lhe é imposto.
empurra com a barriga

E pra ela, sempre é pouco quando não é demais.

Prostíbulo




Tudo o que Nilde menos precisa numa hora dessas é de subjetividade.
Por sinal a Nilde anda bem direta. Simples assim, pá pum.
Ela está perdida! Que tragégia, hein?!
Simples assim, sem meio termo.

s. f., perda;perca;mulher prostituída.

Sim, sua vida virou um Prostíbulo.
Um entra e sai de ausências.
Fluxo de pessoas. Histórias. Vidas. Perfumes.
Pastas de dente.
Sem hora pra acordar.
Afinal, acordar pra quê?! Nilde já não dorme mais.
E a única pessoa que ainda a fazia fechar os olhos, esse eu conto no próximo capítulo.
Fascículo melhor dizendo...
Prosac não mais gruda suas pálpebras, muito menos a tirará dessa vida.
Resta a Nilde o fazer voltar.

Alguma proposta?!