21.3.07

Junkie Nilde Day.

Acompanhamos o que é ser, Nilde por um dia.

Syntroid duzentos miligramas, ou seriam cento e setenta e cinco? Que seja. Dois dedos d’água. Corretivo ocular. Máscara amplificadora de cílios. Leozinho. Close-up. Bom dia.

‘Entre por essa porta agora e diga que me adoooooooora, você tem meia hooooooooora....’ Pra chegar na unama: quinze minutos.

Afresco. Sono. Da Vinci. Sono. Botafogo. Sono. Carboidratos. Sono. Leozinho. Sono. Supermario. Sono. Putaqueopariu. Sono. Êmessieni. Sono. Leozinho. Sono. Grito!
Enfim, a Nilde acordou.

No espaço de tempo em que pensava nos quilos que ganhou, nos que ganharia se comesse o ultimo ‘bis’ do pacote, e em que mais uma vez pensava em que diabos leozinho estaria fazendo naquele momento: - Sangue. Sangue. Sangue.
Praticamente uma hemorragia. Acompanhada de tensão. Isso soaria muito familiar a qualquer mulher de fluxo regular, mas não, desta vez a Tê Pê Ême não era menstrual. Danem-se os quilos, o bis, o fulano.

O seu dia junkie mulher maravilha estava apenas começando.

Band-Aid. Gase. Esparadrapo. Merthiolate. Mercúrio Cromo ( ainda existe?! ). Putamerda. O Blindex do banheiro da matriarca não tinha um horário mais inconveniente pra resolver estilhaçar? A então Nilde pseudo namorada atenciosa larga o cargo e assume o papel de pseudo-enfermeira, detentora de um nada pseudo-sono. Matriarca remendada, tudo em ordem.

Ordem. Cumprir ‘ordem’ é justamente a próxima missão: nilde mulher maravilha motorista. Duas horas da tarde. Um pijama. Oitenta quilômetros por hora. Vinte quilômetros de distancia. Oito musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos. Quatro ciclistas filhosdaputa. Dois inocentes cães sendo levados ao banho. Zero de paciência.

Cães entregues ao Carioca, seu personal style. Serviço cumprido.
Comprido seria o caminho de volta ao seu tão sonhado lar. Duas e cinqüenta da tarde. . Oitenta quilômetros por hora. Vinte quilômetros de distancia. Oito musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos. Quatro ciclistas filhosdaputa. Dois inocentes cães entregues ao banho. Menos quinze de paciência ( -15 ). E claro, uma mensagem pro leozinho. Quatro e trinta. Oito lombadas. Praça Bacuri. Praça Açaí. Quadra um. Dois. Três. Quatro. Quinze. Ponto morto e enfim, lar. Pseudo-doce-lar.

Quatro e trinta e dois minutos. Fodam-se as oito lombadas. O porteiro inxirido. A cancela. E a putaqueopariu. Cem quilômetros por hora. Vinte quilômetros de distancia. Seis musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos. Nove ciclistas filhosdaputa.Cinco pedestres prestes a virar presunto. Dois inocentes cães pegues no banho. Menos cinqüenta de paciência ( -50 ). Nada de mensagem pra ninguém. Que o mundo se foda.

Cinco e oito minutos. Pane geral no carro. Pijama. Avenida Docadesouzafranco. Pegeout Assistence. Ódio. Zero oitocentros. Ódio. Nona sinfonia de Bethoven. Ódio. Carro sem seguro e garantia. Ódio triplo. Ódio da escuridão da sua ignorância automobilística. Ódio do pijama. Ódio do manual de instruções. Ódio das inocentes e tão perfumadas cadelas no banco de trás. Ódio da irmã. Da mãe da mãe. Da mãe e da putaqueopariu. Menos do Leozinho, é claro.

Cinco e cinqüenta e cinco minutos. Ódio também do Murphy e da tal da sua lei e seus postulados. Cento e dez quilômetros por hora. Pijama. Vinte quilômetros de distância. Quatro musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. No mínimo vinte e cinco sinais. Quinze vermelhos ou menos, não lembra. Não reparou nos ciclistas filhosdaputa. Cães sacodindo no banco traseiro. Menos cento e cinquenta de paciência ( -150 ). Seis e quinze . Oito lombadas. Praça Bacuri. Praça Açaí. Quadra um. Dois. Três. Quatro. Quadra Quinze. Ponto morto e enfim, lar. Pseudo-doce-lar.

Quinze minutos pro banho, pro leozinho, pra maquiagem, pro francês instrumental. Shampoo nos olhos. Sabão no teclado. Tudo fora do lugar. E leozinho, onde está?
Tempo estourado. O seu dia junkie mulher maravilha ainda não terminou.

Seis e trinta e dois. Cento e dez quilômetros por hora. Vinte e dois quilômetros de distancia. As mesma quatro musicas do barão vermelho. Trinta e nove passadas de marchas. Leozinho. Dor na consciência. Barão vermelho. Leozinho. Congestionamento. Estádio Evandro Almeida, Baenão. Leozinho. Nó na garganta. Embreagem. Freio. Embreagem. Freio. Ponto morto e enfim, français instrumental. Bate papo acerca de baladas junkies com o amigo pseudo-junkie. Benson’s e au revoir. Duas garrafas da cerveja que desce redondo. Cinco hollywoods. Um zilhão e quinhentas mil reclamações. Menos dois neurônios. Mais duzendos de paciência ( +200)

Na ceia: um tylenol.

ps: os dados presentes neste relatório são meramente ilustrativos.