22.5.06

'Aperto o doze que é o seu andar...'

As suas preces foram atendidas. Nilde está curada do pior dos males, a falta de amor próprio. Exato. Um santo remédio esse chamado destino... Foi acordar, e notar que o saldo de 'tears on her pillow' crescia em proporção geométrica em relação ao saldo de amilases salivares. Nilde então respirou fundo, subiu no salto, olhou ao redor e finalmente, se permitiu.

Permitiu virar a pagina poligâmica da sua história. Permitiu não mais dar chance às suas vaidades. Permitiu ser deixada em paz. Permitiu fechar a porta, não olhar pra trás. Permitiu caminhar em solos desconhecidos, percorrer o destino que a Deus pertence, e que à ela escapa.

Ela não pensou duas vezes. Pegou sua saia mais curta, o salto mais baixo e se permitiu. Permitiu gozar do maior dos seus sonhos de consumo, o mitologico décimo segundo andar. Nem as pernas bambas, muito menos as borboletas no estômago impediram que Nilde por um dia, fosse promíscua. Piada infame.
Com muita sede ao pote, o dito cujo rendeu à pobre da minha protagonista, uma bela indigestão. Bem feito, quem manda ter os olhos maior que a barriga?!

O sonho de consumo resultou em algumas agatanhadas, maus entendidos e uma enorme dor na consciência. Agora ela trás consigo o velho ditado da vovó: homem não presta minha filha, é tudo igual, não se engane que o que é seu está guardado.
E quem disse que Nilde gosta de brincar de caça ao tesouro??? Do jeito que a fila anda, ela está mais preocupada em brincar de pega-pega.
Resultado, desenganada mais uma vez, ela procura a batida perfeita. Já não mais anceia por algum sonho de consumo. E teme andar de elevador.
Mas o seu inconfundivel ego vaidoso adverte: é melhor se arrepender do que foi feito ao que ficou no desejo. E que desejo....


E enquanto isso, um ser impedido de aqui ser identificado, ocupa parte dos axônios da nossa amiga, será este o novo coadjuvante da vida de Nilde, ou será Ivone?