15.1.06

Mais uma carta de Amor.

Há quem diga que as mais belas palavras são traduzidas na troca de olhares. Num mostrar de dentes... Não é por “acaso” que sou adepta deste ditado. Não me cabe traduzir em palavras o que o acaso se encarregou de fazer circular nas minhas/ tuas veias, nos meus/ teus axônios, dendritos... Coisas que só nós, “suspeitos de um crime perfeito” entendemos, ou quem sabe deixamos com que assim fique subentendido. Foi na troca de longos olhares, no lançar de torpedos fatais, que após o limite que o “acaso” nos impôs, vivemos o paradoxo entre o sutil e o profano. E coube a nós sermos levados pelo destino, seus prós, contras e ironias. E me resta agradecer, não a você, mas ao destino. Por ter cruzado nossas essências, agendas, olhares, bocas. Ele sabe o que faz, e entro em contradição, nada é por acaso, ou tudo?!
Conjugo cada verbo no presente, pois jamais- por mais que a maré das circunstâncias nos banhe para as mãos de outros acasos – deixarás de ser o meu" mocinho". Aquele com o qual vivo mais, brilho mais, confio mais, me encontro mais.
Tu és especial até mesmo nas horas infernais, na vida sem tempo, no que se repete, e que nunca é igual. Consegues ser mais, dizer mais, fazer mais, no teu silêncio, no pulsar das tuas veias.
Sempre trago comigo a idéia de que “aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si e levam um pouco de nós”. Por isso, considere-se parte deste ser vulgarmente chamado de Nilde. Mais um motivo pra reforçar a idéia de que deixo livres aqueles que fazem parte de mim, se voltarem para mim, é porque os conquistei, se não voltarem, é porque nunca os tive.
E a partir de agora, é entregar nas mãos deste que nos guiou até o exato momento.
E o que se faz quando se tem saudades?!
Catamos os pedaços que ficam no caminho, alguém já dizia, “saudades a gente tem é dos pedaços de nós que ficam pelo caminho.”


Faço minhas as palavras adaptadas da Martha Medeiros:

“ não é amor, é uma sorte
não é amor, é um acaso
não é amor, é uma travessura
não é amor, são dois celulares desligados
não é amor, é tarde
não é amor, é inverno
não é amor, é sem medo
não é amor, são quatro, seis mãos
não é amor, é um crime perfeito
não é amor, é uma praça
não é amor, não é amor
É MELHOR.

Que o acaso junto ao agora sigam de mãos dadas neste ano que bate as nossas portas.
Beijos previamente saudosos, da tua eterna
Mocinha.

6.1.06

Eu

Não como folha. Tenho humor bipolar. Sou sincera. Sofro por antecipação. Odeio leite. Não tomo café. Tenho mania de perseguição. Sou uma quase hipocondríaca. Sou viciada em penne e refrigerante diet, não que eles diminuam os buracos na minha bunda, mas eu gosto. Tenho preguiça de comer fruta, mas adoro. Pra mim não existe azar ou sorte e sim acaso. Não traço metas. Não tenho medo da morte. Não vulgarizo o verbo amar. Lamento demais certas atitudes passadas. Grito por liberdade. Não me satisfaço com metade. Odeio cuidados comigo mesma, deixem que disso cuido eu. Não uso batom. Sou pálida e assumo isso a todos. Adoro meus olhos, exceto as olheiras que os acompanham. Adoro ler, mas sempre aparece algo mais importante a fazer. Detesto televisão. Tenho uma veia musical incomum. Nem tudo me agrada. Não acho legal ser "louco", odeio esse esteriótipo da moda. Não acho legal o esteriótipo de gotico, punk, emo ou coisa parecida. Ninguem é produto, pra se auto-rotular. Baladas nem sempre me deixam feliz. Prefiro fins de tarde com os amigos. Tragédias de hoje, histórias de amanhã. Como o que me dá prazer. Não como nada por comer. Não sou fã de chocolate. Adoro chorar. Não tenho veia suicida. Não tenho paciencia pra filmes. Sonho em conhecer o Japão. Vou casar com o Arthur, ele vai assumir todos os meus 15 filhos e seremos um casal com relacionamento aberto. Minha mãe tem complexo de miss, mesmo assim eu a amo. Eu ainda vou morrer sozinha. Eu podia ser muitas coisas ao mesmo tempo, veterinária, escritora, fotógrafa, fútil aos fins de semana e carinhosa com o homem que eu ainda não encontrei. Eu poderia passar o dia inteiro dormindo, mas lembro que a outra parte do dia eu posso estar falando merda e dormindo da mesma forma, só que na casa dos outros- qualquer pedreira lomas utinga resolve esse problema.Pensam que eu vou escrever um livro, mas eu ainda não pensei. O silêncio de um olhar grita nos meus ouvidos. Não penteio o cabelo quando eu acordo. Sim, eu escovo os dentes depois das refeições. Meu pai é o ser mais dificil de se conviver que eu conheço! Tenho dito. Mas fontes do além nos une. Gosto de escuro. Sou egocêntrica, ou melhor, leonina. Tenho tatuagens pra mim, não para os outros. Quero conhecer um pouco mais sobre Buda. Quero aprender a escrever japonês. Não tenho opinião formada sobre nada, sexo, drogas, religião, amor, amizade, predestinação ou qualquer outra tese humana. Nada o que é humano me impressiona. Não posso ver sangue, desmaio. Tenho horror a salto alto ( complexo de perseguição ) . Não suporto girias, cor de rosa, sotaque e dias de semana. Deus amarrou o cordão umbilical no ventre errado, nasci grudada na minha avó. Adoro vinho. Sou péssima em calculos. Quero conhecer o Egito. Só ando descalça. Prezo a minha liberdade. Vivo de passado. Sou viciada em catchup e queijo ralado. Não sou culta. Não sou vazia. Quero ser psicologa aos 40. Jornalista na adolescência. Cronista na maturidade. Por enquanto sou uma quase administradora (quase). Adoro depilação. Adoro dor de tatuagem. Adoro dor de tirar sobrancelha. Um dia eu quero ser Kumite do Mahikari. Sou distraída. Sou fraca. Sou inconsequente, quando quero ser. Não me arrependo de nada na minha vida. Não tenho muitos amigos. Trago poucos comigo e todos são muito bem enquadrados nos meus limites. Tento fazer planos, mas eles nunca me obedecem, estou aprendendo a ser levada. Odeio social seja ele em qualquer grau. Sou timida e há quem discorde. Adoro falar de mim mesma.